quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

«esta missa até nem foi uma seca...»

Já tenho ouvido alguns pioneiros mais expansivos dizer assim, no final de algumas celebrações eucarísticas: «esta missa até nem foi uma seca...».
Penso que aqueles escuteiros querem elogiar aquelas celebrações em especial, como que a dizer que, se fossem sempre «assim», até não se importariam de nelas participar.
Ora, sempre que oiço tais comentários penso: mas afinal o que teve a missa de diferente? A liturgia foi a Romana; os textos, do Leccionário; o Ordinário da missa, o habitual... O que teve então de diferente??
Por vezes serão os cânticos...
Talvez tenham peso os dotes de oratória ou simpatia de alguns sacerdotes...
Nalguns casos, a participação activa em qualquer gesto ou rito, marcará a diferença...
Haverá ainda momentos em que o local envolvente contribui de forma decisiva para a «sensação» final.
No entanto, estou em crer que o segredo é só um (e não passa por questões periféricas de pormenor ou circunstância): a COMUNHÃO. Não o rito específico da comunhão, mas o sentido de Comunhão existente em algumas celebrações. Quando a missa surge envolvida num todo mais vasto e surge, acima de tudo, como aquele elemento que envolve tudo o que foi feito e vivido, aí sim, o espírito de comunhão revela-se como o factor da diferença e, nesse caso, até os mais cépticos serão forçados a dizer que «até nem foi uma seca»...

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