quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

«ele há coisas!...»

Sou uma daquelas pessoas que, geralmente, apaga os mails que circulam com piadas ou apresentações piedosas em power point... Contudo, hoje recebi um mail que, além de me fazer soltar algumas gargalhadas... corresponde um pouco a um sentimento que tenho. Por isso, mesmo sendo longo, partilho:

Segundo noticias hoje divulgadas, após uma breve visita de inspeção, a ASAE fechou e selou o estábulo do presépio, por objectiva falta de condições de higiene e segurança. Foram ainda encontradas várias embalagens irregulares de leite e outros produtos não embalados individualmente na origem e sem prazo de validade, que os ocupantes do presépio alegaram serem 'oferendas de pastores'. Todos estes produtos, em claro desacordo com as normas da Comunidade, foram apreendidos e serão prontamente destruídos.

A Comissão de Proteção de Menores retirou o Menino Jesus à alegada familia por falta de garantias quanto à capacidade de criação e educação por parte desta. As condições em que a criança foi encontrada indicavam precisamente isso, segundo os agentes. A criança, um menino, foi imediatamente entregue a uma instituição de acolhimento onde ficará até ser encontrado o pai biológico.

A criança foi encontrada numa manjedoura, vestida apenas com uma fralda, pelo que se suspeita de maus tratos continuados. A mãe, de nome Maria ,está obrigada a pulseira electrónica e a apresentações semanais na esquadra de Belem e o pai adoptivo, auto denominado São José, ficou em prisão domiciliaria.

A vaca foi de imediato enviada a um matadouro oficial para ser abatida por suspeita de BSE. O burro, assustou-se com a rusga, conseguiu fugir e foi incluído no Circo Chen. Porque só sabe zurrar e exalar um bafo quente,deverá brevemente servir de jantar aos leões...

Entretanto, na fronteira do Caia, a Brigada Fiscal deteve três indivíduos sem identificação que se faziam transportar em camelos. Estão em prisão preventiva por suspeita de trafico de metais preciosos e substancias psicotrópicas, que foram para analise, além de entrada ilegal no Espaço Schengen. Os camelos em que se faziam transportar foram apreendidos e enviados para o Jardim Zoológico, por suspeita de importação ilegal de animais exóticos.

As arvores de Natal foram proibidas pelo Ministério do Ambiente porque no caso de serem naturais, delapidam as florestas nacionais e, se forem de plástico, são feitas a partir de combustíveis fósseis, pelo que contribuem para o aumento do buraco do ozono. As medidas já foram aplaudidas pela Quercus, Greenpeace e ambientalistas vários.

As prendas são desaconselhadas pela DECO que publicou um estudo em que prova que 85,7% dos brinquedos à venda são perigosos para as crianças, porque têm pequenas peças que se podem soltar e engolir, e para os Pais porque usam os cartões de credito como se não houvesse amanhã... coisa que é provável que haja, não obstante a falta de conformidade dos dias com a calibragem média (é sabido que os dias de inverno se apresentam bastante abaixo do formado médio e em desconformidade com as normas do sector). A ASAE estuda o assunto pelo que não se sabe qual será o futuro dos dias.

O Pai Natal foi proibido de voar com as suas renas, por falta de homologação do plano de voo pelo operador do sector. Aparentemente, haverá também problemas com a propulsão dos trenós, cuja homologação pela CE se encontra pendente por serem demasiado poluentes e não respeitarem os limites de emissão de determinados gases com efeito estufa. Tal medida, aliás, tem um efeito cumulativo e ineficaz, uma vez que já tinha sido proibida a introdução de objectos pelas chaminés devido ao perigo de incêndio dos recuperadores de calor.

Também as crianças foram proibidas de porem sapatinhos e meias nas chaminés pela mesma razão. A medida foi apoiada pela Associação de Protecção à Criança, porque a ansiedade causada pela espera dos presentes poder contribuir para o stress infantil, como apontam alguns estudos norte-americanos.

O Instituto Português de Cardiologia publicou um comunicado em que alerta para os perigos da Ceia de Natal devido ao elevado consumo de fritos e açucares ricos em colesterol e bacalhau com elevado teor de sal, propondo em alternativa um jantar á base de sopa de legumes e uma peça de fruta.

Também a Liga de Defesa dos Animais publicou um comunicado insurgindo-se contra a 'habitual chacina de perus nesta época' e convocando uma manifestação para o Terreiro do Paço na noite de 24 de Dezembro, onde simbolicamente alguns perus serão devolvidos á liberdade!!! (entretanto a Associação de Caçadores da Trafaria convocou uma 'batida ao peru' mas isso é outra história.....)

O Governo já declarou este como 'o mais europeu de todos os Natais', que se espera que decorra sem os costumeiros incidentes (chaminés fumegantes, Pais Natail chamuscados dando entrada nos serviços de urgência -ou SAP's- e renas com stress pós-traumático), pelo que desejou um Feliz e Tranquilo Natal a todos os portugueses. Está já nomeada com carácter de urgência uma comissão de peritos para analisar as repercussões negativas e as desconformidades do *Ano Novo,* pelo que é provável que este ano se prolongue ou nunca mais acabe..
Um Feliz Natal e um 2008 o melhor possível!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

construções em campo

E que tal uma provocação sobre missas em campo?

Sendo o ambão (estante) o local de onde se lê a Palavra de Deus...
Sendo a cadeira da presidência o local em que se senta o ministro de Deus e da Igreja...
Sendo o sacrário o espaço onde se guarda a sagrada reserva eucarística...
Sendo o altar o local sobre o qual se celebra o memorial da Páscoa de Cristo...
Sendo os bancos das igrejas o local em que se sentam os membros do povo sacerdotal que é constituído por todos os baptizados...
Sendo o Crucifixo o símbolo por excelência dos cristãos...

Como ordenarias esses elementos, começando pelo mais importante, supondo que podias não ter condições em campo para construir todos?...

viver junto ou casar

Hoje há muita gente que opta pela situação de «união de facto».
Muita coisa poderia ser dita a esse respeito até porque, como sabemos, essa não é uma opção coerente com a fé cristã e católica que professamos. Contudo, refiro apenas uma questão essencial:
Quem apenas «vive junto» diz, implicitamente: «eu estou contigo enquanto tu me fizeres feliz». Ou ainda: «eu estou contigo até que tu correspondas ao meu ideal de felicidade e me ajudes a realizar enquanto pessoa».
Quem «casa sacramentalmente» diz, implicitamente: «eu vivo (e viverei sempre) contigo porque o amor que tenho por ti me faz querer sempre fazer-te feliz». Ou ainda: «eu faço de cada dia da minha vida a busca da tua felicidade e da tua realização enquanto pessoa».

Onde está o egoísmo (ainda que escondido e bem camuflado) e onde está o amor?

«confessar-me, eu??»

Toda a gente sabe que o hábito da Reconciliação Sacramental (vulgo, Confissão) está a cair em desuso, especialmente em algumas zonas do país e para algumas faixas etárias.
Haverá muitos motivos que o justifiquem... mas creio que não vale a pena tentarmos «tapar o Sol com a peneira»...
Confessa-se a pessoa que reconhece o seu pecado.
Confessa-se a pessoa que é humilde.
Confessa-se a pessoa que tem coragem para recomeçar caminho.
Confessa-se a pessoa que ouve a sua consciência, rectamente formada.
Confessa-se a pessoa que pára para pensar.
Confessa-se a pessoa que conhece o plano de Deus para a sua vida.
Confessa-se a pessoa que aceita Jesus como seu único e definitivo Salvador.
Confessa-se a pessoa que sabe o que é um Sacramento.
Confessa-se a pessoa que vê no padre um representante de Deus na terra.
Confessa-se a pessoa que quer ser livre!

Posto isto, valerá a pena?...

«esta missa até nem foi uma seca...»

Já tenho ouvido alguns pioneiros mais expansivos dizer assim, no final de algumas celebrações eucarísticas: «esta missa até nem foi uma seca...».
Penso que aqueles escuteiros querem elogiar aquelas celebrações em especial, como que a dizer que, se fossem sempre «assim», até não se importariam de nelas participar.
Ora, sempre que oiço tais comentários penso: mas afinal o que teve a missa de diferente? A liturgia foi a Romana; os textos, do Leccionário; o Ordinário da missa, o habitual... O que teve então de diferente??
Por vezes serão os cânticos...
Talvez tenham peso os dotes de oratória ou simpatia de alguns sacerdotes...
Nalguns casos, a participação activa em qualquer gesto ou rito, marcará a diferença...
Haverá ainda momentos em que o local envolvente contribui de forma decisiva para a «sensação» final.
No entanto, estou em crer que o segredo é só um (e não passa por questões periféricas de pormenor ou circunstância): a COMUNHÃO. Não o rito específico da comunhão, mas o sentido de Comunhão existente em algumas celebrações. Quando a missa surge envolvida num todo mais vasto e surge, acima de tudo, como aquele elemento que envolve tudo o que foi feito e vivido, aí sim, o espírito de comunhão revela-se como o factor da diferença e, nesse caso, até os mais cépticos serão forçados a dizer que «até nem foi uma seca»...

animação da Fé?

«animação da fé» ou «animação pela fé»??...
O que nos anima? O que nos dá alma? o que nos estimula a caminhar?
A relação com Deus! A Fé, portanto!
Assim, «animar a Fé» significa (estranhamente) «animar o que nos anima»...
Por outro lado, «animar pela Fé» é acolher o sopro de vida nova que a Fé insufla no nosso espírito, e deixar-nos conduzir no cumprimento da vontade de Deus!