segunda-feira, 10 de novembro de 2008

catedrais de pinhas

Ontem a Igreja celebrou a festa da dedicação da basílica de S. João de Latrão. Essa dedicação aconteceu no ano 320, pouco depois da conversão do imperador Constantino e, consequentemente, do império romano. Ainda hoje se pode ler nesta basílica uma inscrição alusiva à sua importância enquanto mãe de todas as igrejas...
Curiosamente, celebrei esta festa, não numa igreja, mas numa «catedral da natureza». Foi mesmo ali, debaixo de um enorme e imponente pinheiro manso, que os cerca de 250 Dirigentes escutistas cantaram os louvores do Senhor, escutaram a Palavra e alimentaram-se do Corpo de Cristo.
Olhando para trás, creio que não ficou mesmo a faltar nada! Fizemos assim verdadeira comunhão com S. João de Latrão e com todas as igrejas do mundo.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

ser mártir

Quando uma criança demora muito a comer, os pais, enfadados, exclamam que ela, para comer, «é um martírio»...
Expressões como «excusas de te martirizar!» ou «não te faças de mártir» são comuns na sociedade em que vivemos.
Por isso, hoje, ninguém quer ser mártir!...

Várias vezes ouvi pessoas queixarem-se da dificuldade em trabalhar temas ligados à vida de alguns santos, por eles terem sido mártires... (S. João de Brito, por exemplo).

Quando o mártir fez muito mais além do facto de ter sido martirizado, dá-se-lhe uma benesse e continua-se a falar dele, em atenção aos méritos alcançados noutras etapas da sua vida. (É o caso de S. Pedro e S. Paulo, por exemplo).

No entanto, temos um «problema»: Cristo é o Mártir por excelência!...
Queremos tirar-lhe a coroa de espinhos? Os cravos? O golpe da lança? As chicotadas? A Cruz?
Como queremos que Ele seja testemunha (mártir) da ressurreição?

Aceitamos ou não aceitamos o martírio como caminho para a verdadeira vida??...

Igreja e Movimentos

Há uns anos perguntaram a um sr. bispo o que pensava a respeito dos Movimentos na Igreja. Depois de uma breve pausa, o prelado respondeu solenemente: «prefiro uma Igreja em movimento, a uma Igreja de Movimentos!...».

Que interessante aquela resposta...

De facto, o que conta mais? O que tem prioridade?

Há muitas pessoas que dizem preferir as «dinâmicas» próprias de certos Movimentos. Há quem prefira cantar, há quem prefira rezar, há quem prefira dançar e saltar, há quem prefira agir, há quem prefira tudo ao mesmo tempo (e poderia talvez arriscar dizer que há quem não prefira nada).

Que Igreja construímos? Que Igreja somos?

Se o Movimento do qual fazemos parte gera comunhão, ele é eclesial e, como tal, é parte do Corpo que tem Cristo por Cabeça.

Se o nosso Movimento vive sobre si mesmo, competindo com tudo e todos, o «deus» que serve não é seguramente o Deus de Jesus Cristo, que é um com o Pai e o Espírito.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

fatinho de ver a Deus

Recentemente entrei numa igreja, no Norte de Portugal e pensei que estava a decorrer alguma festa local: podia ser um baptismo, um matrimónio, a festa de algum padroeiro, etc....
No entanto, não se passava nada de especial naquela igreja, naquele dia. Era simplesmente Domingo, o dia do Senhor. As pessoas estavam todas com um «ar» de festa, mesmo as de evidente condição económica humilde, patente nas roupas, nos adereços, nos penteados, enfim... na postura geral com que se encontravam naqueles bancos de igreja para ouvir a Palavra do Senhor. Pensei: «ora aí está o tal "fatinho de ver a Deus"...». Isso fez-me reflectir na importância que tem hoje para os cristãos a celebração do Dies Dominica, o oitavo Dia, o Dia do Senhor, o Dia da Ressurreição, o Domingo.

humildade

Portugal, sendo um país geograficamente pequeno, tem algumas particularidades que o fazem parecer grande demais...
Sem querer generalizar, muitos dos nossos professores universitários fazem questão em «subir à cátedra», vestir a «máscara do poder» que distancia, exigir que todos os ff e rr do seu Curriculum Vitae sejam respeitados e, sobretudo, que ninguém deixe de os tratar por «senhores doutores»...
Igualmente, no mundo da música vemos os nossos «aspirantes a cantores» parecerem possuidores de uma carreira internacional capaz de impressionar meio mundo e, por isso, qualquer contacto com o público só deve acontecer numa mesa onde se assinam autógrafos...
No mundo do desporto vemos qualquer «gaiato imberbe», com algum jeito para a bola, falar como se fosse senhor e dono de um estatuto sobrenatural no meio dos restantes viventes...
E no mundo do escutismo??... A máxima teresiana que afima que «a humildade é a verdade», e a máxima evangélica que diz «ser maior o menor» farão já parte do carácter dos nossos Dirigentes?...

música na liturgia

Percorrendo muitos locais do nosso país, e neles celebrando habituamente a eucaristia, reforço uma ideia: precisamos mesmo de repensar o lugar da música nas nossas celebrações.
Não sou demasiado pessimista relativamente ao tema... mas acho que algumas modificações são mesmo urgentes.
Em toda a parte debatemo-nos com várias questões:
- Que cânticos/canções escolher?
- Quais os critérios dessa escolha?
- Que repertório possuímos?
- Como animar de forma adequada os diferentes momentos?
- Etc.
Uma coisa é certa: como dizia o sapiente Pe. Manuel Luís, o primeiro critério para a escolha dos cânticos para a liturgia deve responder à pergunta «que assembleia?»...

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

fraqueza humana

Como S. Paulo, muitas pessoas vivem um dilema: fazem o mal que não querem, e não fazem o bem que querem. De facto, nunca é fácil seguir a direito rumo à perfeição.
Muitas vezes podemos desanimar, sobretudo quando colocamos exclusivamente em nós a esperança de ultrapassar vícios e pecados. Na verdade, quando reconhecemos a nossa fragilidade, é que criamos condições para que a força de Deus nos fortaleça. «Quando sou fraco, então é que sou forte»... Devemos dar sempre o nosso máximo, embora conscientes de que só Deus nos pode ajudar! Por isso, não desanimenos; sejamos, antes, humildes!...